segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Madrugada

“So help me, please, I’ve got plans for you and me.”


     De repente eu me encontrava parada olhando, pensando, sentindo. Mesmo sem saber o que era, porque eu só sabia que gostava, e gostava TANTO do que eu estava sentindo e de você, muito mais do que as outras coisas. Eu já não sabia mais como te dizer, não havia palavras; aquela coisa não tem significado. Não existe o que se definir. Porque eu continuava ali, parada, com as mãos pelo meu corpo imaginando os seu toque, o gosto dos seus beijos, o seu cheiro, a sua pele e tudo aquilo mais que eu queria sem poder ter. Eu ainda não estava bem, eu já tinha sentido aquilo uma vez que me cortou no meio como nunca. De alguma forma que eu desconhecia você recolhia do chão os meus pedaços pra me fazer completa. Deixava-me encantada e pensando naquela outra coisa que eu te disse segredos, mas que não disse ao pé do ouvido porque eu não podia dizer daquele jeito. A noite entrava de supetão e me assustava, e me assustava mais ainda por aquilo que eu sentia e que me fazia passar horas pensando em você... Em você, em você, em você, em você. Assim imaginando situações, coisas, como se fosse segredo que eu te quero pra agarrar e nunca mais soltar. Como se fosse segredo que eu queria ir pra cama e te ter do meu lado, como se fosse segredo e você não soubesse daquela coisa enorme que eu estava sentindo. Como se fosse segredo e fizesse menos sentido, mas não foi por isso que me deixou. Isso nunca passou pela sua cabeça. Porque você me disse, com um esforço que só você precisa pra dizer as coisas, que me queria, e me queria pra muito mais que pra sempre. Na medida do infinito e como se fosse segredo que eu te quero, eu voltei pra cama calada pra pensar em você de novo. Pra chamar o seu nome no meio da noite, acordar gritando de saudades e dizer mais uma vez que você precisa estar mais perto, que você precisa estar mais junto. Mais junto e aqui do meu lado, pra fazer parar de doer aquilo que eu não entendia e que você sabia como lidar. Eu voltei pra cama, pra dizer coisas confusas, ler coisas monótonas só porque eu não parava de pensar em você e não sabia como te dizer que eu te queria. E queria tanto...


*Joice, as vezes eu escrevo mais descontrolada do que eu sei.


Bruna Ferrari

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Três e Um Outro Mundo

    Eramos três. Pouca gente pra ser um grupo, menos ainda para formar uma rodinha de amigos. Sempre cercados pelas diferenças alheias, sempre trancados pelos assuntos do outro resto do mundo que não conhecíamos, talvez sempre julgados pelo não-ser tão ser bonito daquela cidade. Logo, reparando de longe um no olhar do outro, contamos os nossos segredos, fizemos promessas de ano novo, nos abraçamos e nos beijamos. Nós ainda fizemos uma lista inteira de coisas a se fazer nas férias, mas sabíamos que nem metade dela iriamos, de fato, cumprir. E na cabeça sempre aqueles mesmos nomes de conhecidos que não podíamos esquecer, uma lista grande demais para se importar em olhar para os nossos olhares perdidos no meio da multidão e ao mesmo tempo se encontrando no brilho dos olhos do outro para dizer coisas incríveis sobre o futuro, sobre amor, sobre politica e sobre como esse mundo é tão errado. Para no final, sorrir no meio daquela confusão e sair xingando de nomes absurdamente inventados para parecerem carinhosos - e como de fato, eram a nossa maneira - com o resto do mundo ainda olhando, continuando sem entender, por que eles não sabiam como tentar fazer parte daquilo tudo. Assim, de repente, cobertos por outra nevoa que não a da solidão, para dar apoio e aceitar, nós paramos toda uma vida para entrar na amizade de se importar um com o outro. Em todas as partes da vida, a maior parte, nós estávamos nos entregando...


Bruna Ferrari

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Mudança

"Make it my fault, win the game
Point the finger, place the blame
It does me up and down
It doesn't matter now
'Cause I don't care"
(Mika)


  Eu mudei. De amigos, e quase de cidade. Eu parei, olhei por toda a minha volta e decidi parar outra vez de fazer aquilo. E parei. Mas, assim, quase que num piscar de olhos e de repente só por tua causa. Eu voltei a quatros lugares que eu já tinha ido, já não tinha gostado, e super desprezava, me lembrei que vida passaria rápido e o que me faria feliz poderia não mais estar lá. Como o resto dos meus amigos de infância que sobram me vendo crescer sofrendo numa angustia abominante no qual era o meu mundo. Só que eu nunca fiz questão que ninguém fizesse parte dele, e nunca desejei que ninguém quisesse fazer parte dele. Mas aí, eu mudo a vida de todo mundo. Eu aponto problemas, faço um escândalo, faço a mudança da vida para a felicidade repleta, então eu percebo: não adianta de nada se a felicidade que faço perceber não é a que esta em mim. Conseqüentemente, esta história não termina tão diferente das outras. Você agora concorda com me ignorar por ser o único maldito jeito de me esquecer, e agora entende porque sou tão cruel. Eu não ligo mais para o que não é meu, e assim, com você indo embora, sempre olhando para trás sem me notar chorando (por que eu não chorava). Eu faço uma ultima pergunta: acha mesmo que eu estou me importando em sentir a sua falta? Não. Eu sou madura o suficiente para aceitar o final das coisas e correr atrás de um novo inicio com uma nova pessoa.
  Eu só fico quieta e pela primeira vez sem dar um escândalo para alguém me querer, porque com você me querendo eu realmente não me importo mais. Então, vai. Continua dizendo para os teus amigos de 4 anos de idade cada um que eu não presto, e que foi você terminou comigo porque não agüentava mais. Vai, conta pra eles também todas as vezes que eu te avisei de como poderia ser difícil, e mesmo assim você aceitou e continuou. Vai, conta pra eles que você não tem mais o direito de reclamar de uma coisa que você já sabia como seria. Vai, conta pra eles também que dessa vez você estava enganada, e que dessa vez, não tem volta. Não importa o que eu diga, e não importa o que eu faça. Por que agora eu não me importo mais em fazer nada para você voltar. Dessa vez, eu não tenho culpa. Então é bom que você vá, e fique onde está, e não se esqueça de que metade do que te tornou forte e decidida foi por minha causa, foram as minhas palavras. Não se esqueça da experiência que teve para depois, quando já estiver com outra pessoa num novo relacionamento, se lembrar de ver as coisas como elas são agüentar o que deve agüentar e aceitar o que pode aceitar. Conta pros teus amigos como você se tornou tão mulher. Conta pra eles tudo o que eu te falei, e inventa mais coisas se você quiser. Seja Feliz, por que nem com a sua amizade eu me importo mais.

Bruna Ferrari

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Quero

"Quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
Do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: Eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim."
(Carlos Drummond de Andrade)


Assim, eu só me sentia mais longe. Olhando sempre pra você fora daquela história que também deveria estar na sua vida, lembrando de meia em meia hora do que acabara de acontecer. Então me afastei pra chegar em algum lugar que fizesse sentido não te ter. Algum lugar em que eu pudesse estar perto de ter aquela história contada tantas vezes em contos fadas; algo pra me dizer que era mais completo. Mas o que me completava era a sua companhia, porque eu ainda me lembro do dia em que eu peguei pela primeira vez na sua mão. Eu ainda me lembro dos seus olhos, do seu rosto,  e do seu toque. Mesmo, sem saber o que fazer naquela situação. Mesmo, com toda aquela gente olhando. Mesmo, sabendo que você nem me conhecia e que não era a mim que você jogava o olhar furtivo para as pessoas procurando. Eu tive vontade de gritar pra multidão lá em baixo que tinha encontrado alguém certo pra mim e que dessa vez, eu seria feliz. Eu sorri absurdos porque não havia mais o que fazer, não havia mais o que dizer. Não havia mais nada que coubesse naquele espaço de tempo, nem naquele pequeno trajeto da sua mão para a minha. Não cabia mais nada. Éramos grandes demais e com demasiadas confusões na cabeça. Então, foi que em uma noite, eu decidi partir. Tirar da boca o seu nome, arrancar do meu caderno as suas poesias, e esvaziar a mente de suas palavras. Eu decidi que só iria embora, porque eu já tinha me decidido o que seria. Cansada demais daquelas mesmas histórias que não param de me perturbar, e de sempre dizer o que fazer. Cansada demais pra tentar ir mais pra perto e me perder. Cansada demais. Porque o caminho era longo, e eu não sabia como fazer pra não me lembrar da distancia pequena que tinha, naquele dia, a sua mão na minha. Mas, mais uma vez, eu vou embora, e vou deixar alguém esperando. Sempre com aquela sensação de história inacabada, sempre com um fim no inicio do meio, ou um meio no inicio do fim. Pra no final, ir pra cama com as mesmas palavras pra dizer, a cada inicio de meio segundo sempre pronta: “Cala boca, e fica comigo”. E indo embora, como nos tempos de outrora, como nas falsas histórias. Assim, só fazia da verídica um pouco mais fraca, um pouco mais desimportante. A própria história interessava pouco no caminho daquela distancia, e por entre os beijos ainda não dados. Interessava pouco, de pouco do que tinha restado e de tanto tentar ter muito. Eu só decidi partir, mas pra sempre verei em outros olhos os seus. Em outros toques o seu. Em outra pessoa, você. Ainda que nos meus sonhos te reste em pedaços do que eu vi naquele dia. Ainda que me esqueça. Eu me lembrarei de você. Em mim, por ti, em outras pessoas.

Bruna Ferrari

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Pra Hoje

   Agora eu volto pra casa com o teu cheiro, e fico meio confusa sem saber pra onde olhar. Já não tem mais os seus olhos me fitando, nem as suas mãos pelo meu corpo. Já não tem mais a sua pele na minha, já não tem mais nós dois juntos. E sim, eu queria uma grande inspiração pra escrever, porque já fazia tempo que eu não escrevia pra ninguém, mas do seu lado, eu sinto que eu não preciso. Por que do seu lado, eu tenho todos os sentimentos do mundo. Então eu fico aqui, olhando pro lado de meia em meia hora, e sem saber o que dizer. Eu ainda estou pensando nos seus lábios, e em como eu vou odiar ter que lavar a minha camiseta pra sair o seu cheiro. Eu sinto a sua falta o tempo todo, o tempo todo de dois em dois segundos, mesmo, quando não faz nem meia hora que você partiu. Partiu pra outra cidade, talvez pra encontrar uma nova garota que não tem o meu nome, talvez pra esquecer tudo o que a gente viveu hoje. E esquecer também, que hoje, eu fui sincera, e hoje, eu disse que eu te amaria pra sempre.  Você partiu pra outra cidade, e prometeu pra mim que voltaria há alguns anos atrás; e voltou, por isso, eu confio em você. Eu acredito em você, mas acredita em mim também, e acredita em nós dois. Somos a única coisa perfeita no mundo. Somos fruto de todo o amor que houver nessa vida. Nós somos (juntos) toda essa cidade, e toda a felicidade das vezes que alguém sorrir. Somos todas as bobeiras, somos cada sorriso e somos muito mais que isso.
    Eu só espero que você também pense em mim, e em todas as vezes que eu tentei te dizer o quanto, e como eu te amava. Eu quero que pense em tudo o que passo, em tudo o que valeu apena. Eu quero que pense em como seria lindo, em como pareceu um sonho sem fim. E eu esperarei também pelo dia em que você voltar, tudo será lindo outra vez. Eu vou ficar confusa de novo, eu vou ficar com o seu cheiro de novo. Nós amaremos muito mais do que na primeira vez. E nós amaremos mais que na segunda na terceira, e nos amaremos mais na quarta do que na terceira. Se lembra das minhas palavras todas as noites, e não dorme por minha causa. Porque eu não vou mais dormir sem poder olhar o B.

Bruna Ferrari

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Desperta

"Amo-te pelo que és, pequena e doce
Pela infinita inércia que me trouxe
A culpa é de te amar - soubesse eu ver
Através da tua carne defendida
Que sou triste demais para esta vida
E que és pura demais para sofrer." 

(Vinicius de Moraes)


  Eu senti aquela brisa no meu rosto porque não te via em lugar nenhum. Ninguém do meu lado. Na minha cabeça só o seu nome e a sua porção de amigos que já conseguiram esquecer o meu. Nome, rosto, existência e qualquer outra coisa que tive de um para ter do resto, mesmo assim, não mudava nada. Não mudava a situação, não mudava o seu nome, não apagava o seu brilho. Eu me lembro da primeira vez em que vi naqueles olhos, de longe, um brilho diferente. Encantador e do outro lado da cidade iluminando o resto do mundo. Eu senti raiva daqueles que tentaram em outros tempos apagar o seu brilho, o brilho de uns olhos tão mais bonitos assim. Eu senti raiva daqueles que arrancaram em outros tempos, lágrimas de desespero daqueles olhos tão mais bonitos assim. Eu senti raiva daqueles que usaram e abusaram do brilho que eu não tive nada.
  Era de repente que, de madrugada, aquele brilho vinha pra mim. Eu despertava durante a noite de um pesadelo terrível com os dois tais fulanos que eu amei, e que você já conhecia de cor – o jeito, o nome, e a cor dos olhos. Eu despertava de repente, desesperado e morrendo de vontade de sair correndo atrás daquele par de olhos tão bonitos, e me encontrar perdido no castanho. Infinito e Doce. Eu despertava morrendo de medo, mas de alguma forma brilho dos seus olhos me acalmava mais que a voz da minha pequena irmãzinha, que já estava na minha vida por algum tempo, e era mais próxima dele, com os problemas mais familiarizada, e com o meu, como você disse, “dramaqueen” mais acostumada. Assim, eu só me sentia exagerado e perdido, meio querendo te dizer e acabar por dizendo nada, porque eu não sabia como e como eu queria tanto o brilho dos seus olhos um pouco mais perto de mim.

*eu escrevi a caneta porque sabia que não iria errar

Bruna Ferrari

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Noite Acabada

      Um espaço a mais na sua cabeça e no seu coração, pra te fazer pensar mais sobre a gente e procurar ter menos problemas com a identidade, com querer, com amar. Um lugar a mais pra eu poder voltar quando tudo estiver perdido, contar com os seus braços em volta da mim e conseguir ir dormir tranquilo. Hoje, a noite termina, eu volto e escrevo – pra você – outros tantos textos sobre querer, sobre conseguir, sobre sentir. Como se algum deles fosse te dizer que eu gosto cada vez mais. O meu lado escuro que eu te escondia vai se aparecendo, eu vou me tornando fraco, porque eu já caí uma vez, mas você caiu várias. Mesmo assim, eu insistia em ter um lugar que achava que era meu, um espaço a mais pra sentir mais um pouco e mais de perto o que eu não sabia dizer. Pra ter mais alguma coisa pra falar, porque eu sempre sinto que eu perco as palavras com todos os seus porquês que me enchem os ouvidos; eu só queria te beijar, calar a tua boca com a minha língua, sentir teu cheiro, tocar a tua pele doce – melhor jeito de entender. Eu queria um lugar mais perto que eu pudesse te ver, estar em segurança e sentir. Aquele amor que eu dizia; eu te amo era a única palavra que fazia sentido pra te dizer. As horas não passam de pressa, eu não sei o que fazer, a cada dia que passa eu não sinto como se fizesse alguma coisa, como se você estivesse mais envolvido; eu vou sentindo de leve o que vc tinha se afastar, e se afastar mais, e mais, até não te ter. Eu te peço que me de uma chance pra mostrar o caminho que você deve seguir – do meu lado. Pra poder te envolver com os braços, quebrar a carência e beber do seu líquido. Eu queria uma noite juntos, e um lugar a mais pra quando você partisse também. Eu acabei sem você, sem a chance e sem o lugar. Acabei com a noite, que acaba de acabar, te escrevendo um texto sobre o quanto eu te queria, tentando dizer em tantas palavras o que se resumia em apenas uma só – eu te quero.






Bruna Ferrari

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sem Luz

"E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que eu vou te amar
Por toda a minha vida..."

Escrevo, porque não me resta outro jeito de colocar na cara as coisas que não posso dizer. Quase sempre existem dias de melancolia, os dias que deixam as coisas mais pesadas do que elas realmente são. Hoje, era o nosso dia. Todos os nossos dias, ironicamente, eram aqueles tristes e sem luz. Assim como os sozinhos gostam de suprimir os desgostos da vida com os de corações de partido, nós gostávamos de estar perto nesses dias. Não vinha a estranheza daquela coisa que fazia o nosso dia mais escuro, a estranheza vinha em peso da vontade de se ver que, ao invés de trazer pra mim, te deixava mais longe. Acho que o destino de ficar junto pra sempre te deixava com medo, e assustado. Você era daquele tipo de gostar de si, e de falar de si, com palavras e com gestos que não cabia nunca em você mesmo, o resto da turma se conformava, já que não havia muitas saídas pra casos como o seu.
Porem, quando os dias estavam escuros, nunca havia espelho nenhum pra você se olhar e se gostar. Não tinha jeito nenhum de não precisar de ninguém, uma vez que não havia ferramentas para se amar assim tão inteiramente. Você se fechava num canto e todo o resto daquilo que ficava (o que você não queria) não te procurava. Dava um vazio, que muitas vezes eu entendo, mas muitas vezes, também não. Como todo o resto, eu não era aquele perfeito que você esperava. Você nunca viu qualidades alheias, tinha aquele jeito estranho de gostar de si. Não me incomodava, mas também não agradava. Os desejos ficavam repetidos, estranhos, e sem graça nenhuma de querer de novo. Era algo já passado, alguma coisa que você já dizia sempre que me fazia sem graça, mas até os melhores sabores um dia enjoam. O seu gosto já não ficava mais na minha língua, mesmo quando nós nos víamos naqueles frios e dizíamos àquelas coisas que você diria pra milhares de pessoas, e que eu, só sentia necessidade de dizer pra você. Aquelas coisas já passadas e sem graça, que fazia de mim outra boba.
Tal era o nosso problema: estávamos perdidos demais por entre a madrugada sem luz, e os clarões nos olhos também não apareciam para oferecer ajuda. O seu gosto de gostar tanto de si foi, finalmente, sendo apagado. Você, quando me perdeu pela milionésima vez, percebeu que aquilo já não servia pra nada, mas mesmo assim, essa perda enorme que dizia você sentir, não foi o suficiente. Não foi nem a metade, pra te fazer voltar pra minha cama naqueles dias em que você precisava de mim. E não faria. De certo, a minha ajuda era tão desimportante e mecânica a teu corpo quanto respirar, piscar os olhos ou sentir fome. Eu não gritei porque não tinha mais voz, não tinha mais o que pedir, o que falar, o que implorar. O nosso destino assustava e eu naquele momento soube que você seria meu caso mal resolvido pra sempre.

Bruna Ferrari

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Tão Azul

Eu nunca tinha visto um céu tão azul como aquele. Eu nunca tinha visto uma cidade tão bonita aquela. Eu nunca tinha visto pessoas como aquelas, que sorriam assim, meio que sem querer e sem jeito, pelo canto da boca e falavam da vida. Falavam de si mesma com tanto orgulho que eu senti inveja de não sentir o mesmo. Eu não sentia nem metade fora daquele espaço. Era tudo tão pequeno e tão bem planejado que eu achei lindo. Os prédios, as arvores, e até o céu, que lá, era mais azul que daqui. Desejei correr por todas as ruas, abraçar toda a gente e gritar o quão feliz eu seria. Vi meu futuro passar diante de mim refletido no óculos de uma fulana que me fala de si mesma, falava do meu curso, fala das coisas que eu podia, que eu deveria, que valeriam a pena e que eu amava. Eu também a amava. Ela mesma nem se quer sabia o meu nome, mas eu não acredito que isso importava de fato. Todo aquele ar que enchia o meu pulmão de orgulho, me deixava cada vez mais eufórica. Como se eu não tivesse pra quem voltar e pra onde voltar, como se eu não tivesse que esperar anos pra ter aquele orgulho bobo que aquele povo tinha. Como se eu sentasse pra esperar os anos passarem apenas, por que eu já estava presa ali. Era o meu lugar. Era o meu mundo. Era parte de mim sem eu saber, de repente, eu estava perdida. Sem ar na multidão. Observei os detalhes, esbarrei em mais gente e não quis ver mais nada pra voltar pra casa logo. Pra estudar até o tempo passar de pressa, para então eu poder voltar pra lá. E lá ficar. Como se eu não sentisse falta do que me ficaria em outra cidade, como se eu não tivesse mais o que me fazer querer voltar. Eu voltei pra esperar o tempo passar pra voltar pra lá logo. De pressa. Eu já não estava aguentando aquele orgulho bobo que me dava inveja, que me fazia querer, que me prendia. Aquela ideia besta de repente se tornar grande, adulto e capaz. Aquela ideia besta de alguma coisa mudaria. Mas só voltei, e ainda tá demorando demais pro tempo passar. Eu nunca soube como contar as horas. É sempre uma eternidade, e eu espero ansiosamente do outro lado da cidade pela minha vez de ver de amanhã aquele céu tão azul, daquele lugar tão bonito e sorrir, com o orgulho bobo guardado num canto do coração, pra dizer que agora é a minha vez e aquele é, e será, pra sempre, o meu lugar.

Bruna Ferrari

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Veneno


"How do you measure a year?"

     Já era tarde demais. Aquele maldito veneno chamado querer já percorria as minhas veias, se espalhava pelo meu corpo e me matava lentamente a medida que a vontade crescia. Controlava o meu corpo e me desnorteava, me tendo cada vez mais e mais. Eu desejei morrer pra não precisar deixar você sentir aquele gosto de vitória que você tinha nos seus lábios. Como se não pudesse sentir outra coisa além daquele seu desprezo que não me servia pra nada. E aquele gosto de vitória que você parecia ter quando eu ficava mal e dizia que te queria. Que te amava. Que te queria inteirinho só pra mim.
     Eu desejei morrer. Todo aquele veneno nas minhas veias tomando conta do meu corpo lentamente, e você lá do outro lado e bem de longe fingindo que não ligava, não se importava e que nem sabia o que era amor. Eu definitivamente desejo me matar, mas não encontro nenhum orifício que crie a mesma dor insana além das palavras que você me disse naquele dia. Eu não quero, eu não posso, eu não consigo. Continuar sentindo esse veneno nas minhas veias e lembrar aquela noite sem poder fazer nada. Me consumia, me deixava sem ar. Doía e me deixava num desespero sem tamanho, num caminho sem fim.
      Do canto dos meus olhos aquele abismo entre vocês dois e eu, me chamava. Como se eu já não pudesse mais lutar contra isso, como se eu ainda quisesse negar pra mim mesmo que você estava com o meu coração entre os dedos e eu estava só sangrando e sobrando. Eu corri. Pra parar de doer todo aquele veneno no meu corpo, me dizendo coisas que já mais ninguém vai escutar. Aquelas palavras que se multavam pra cada pessoa, era um ácido que corroía os meus tímpanos tão agradável quanto uma musica clássica. Era insana aquela vontade de rasgar a pele, pra ver o sangue contaminado escorrer e ver se você nota. Se você faz alguma coisa. Se você me beija e larga a mão dele. Mas eu não me cortei. Eu não me matei. Eu só sai correndo. E nem assim, correndo, parava. Não parava nunca, e não ia parar.
    O veneno estava no meu corpo e você nos meus olhos. Diante de mim, me vendo cair com um sorriso falso na cara e uma garrafa na mão direita, porque era só bêbado que você conseguia não pensar em mim. Enquanto eu caia e deixava de dizer, eu ouvi o meu coração gritar e o meu próprio sangue secar. Como se eu tivesse muita escolha, eu voltei. E fiquei de longe vendo vocês dois. Doía demais. E ainda dói. E pra sempre, vai doer.

*pra voce que não vai ler isso e nem faz ideia do quanto doí.

domingo, 7 de agosto de 2011

Monstro


De novo
e outra vez,
eu vagava
procurando um canto
com sombra
num dia de sol
que não te tinha
e que você não via.
Perto demais
pra você reparar,
longe demais
pra você ir buscar
um lugar na sombra
do meu lado
e fazer parar de doer
as coisas que nós
já não tínhamos.
Uma sombra
pra fazer desaparecer
um vazio inteiro
e o monstro que,
de dia,
você era.
Castanho.
Cachos.
Magro.
O monstro,
que eu não tinha
e que deixava de lado
toda uma vida
pelo seu próprio sorriso.
Só voltou pro sol
procurando abrigo
e um corpo a mais
pra se esquentar
no meio de toda
aquela gente,
Impossível de sentir.
Impossível de se tocar.
Pra sentir alguma coisa
que fosse
até não morrer de medo
de precisar procurar
um novo lugar
com uma sombra nova
e um rosto novo,
outra vez.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Do outro lado de não-sei-onde

Olhando assim
e sem mesmo falar nada,
você me ouvia do outro lado.
Esperando e querendo
tanta coisa,
que já queria e esperava
pra ser feliz.
Ali,
do outro lado da rua,
do outro lado da cidade,
do outro lado do mundo.
A gente não se ouvia
e não se beijava.
Só se olhava morrendo de medo
sem medo nenhum
de ser de verdade.
Desejos demais.
Pesadelos demais
pra ficar ali e esperar
do outro lado da rua,
do outro lado da cidade,
do outro lado do mundo.
Espaço demais entre nós.
Musicas demais pra lembrar.
Coragem de menos pra ter.
O garoto que eu deixava
do outro lado da rua,
do outro lado da cidade
do outro lado do mundo
e morrendo de vontade
de se encontrar 
nos meus suspiros
e se perder
nos meus pedidos.
Ele já queria.
Ficava assim aparente,
nos seus olhos tão castanhos
que eu me perdia fácil,
a vontade louca de sair correndo
pra afastar todo aquele espaço,
pra parar de perder
todo aquele tempo
e ficar sem ar por aí
afogada nos seus beijos,
perdida por entre seus abraços.

Bruna Ferrari

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Sobre o que fica e ainda falta

    Ficando pra sempre por algum canto, já que eu não parava de dançar pra você. Voltei e me perguntei por que eu tinha te dado a minha dança, porque eu me importava tanto assim quando você não dava à mínima? Era só um bom ator. Só isso. Fazia-me acreditar em coisas que eu não devia e não queria. Crises de ciúmes aleatórios, e eu ainda te quero. Era típico de o seu jeito afastar pessoas e querer sempre alguma coisa de todos. Agora, olhando direto e outra vez, o castanho dos seus olhos faz mais sentido. O seu corpo nunca foi tão atraente. É típico de o meu jeito querer gente que não é minha, querer coisas que é pra não querer agora. Sem espaço e com pesadelos demais. Isso não me mata, mas me faz não dormir. Eu te sinto circulando junto com o meu sangue, subindo na minha cabeça e me afogando em vontades de ter os seus cachos por entre os meus dedos. A sua boca no meu corpo. A sua mão por todo o canto. E circulando. Não há mais nada pra dizer sobre tudo isso, porque eu continuo, aqui, sozinha e me importando com o teu veneno transbordando no meu corpo há menos de um passo pra me ter por inteira e descontrolada. Do jeito que eu era, do jeito que você é.  Louco demais pra perceber  que com todo esse espaço entre a gente, você não precisa fingir não me conhecer?
     Sinto falta dos pesadelos quando não os tenho, e essa sensação me fica estranha no corpo. Eu invento alguma razão a mais pra sentir. Anulo seus defeitos, não ouço os melhores conselhos, porque eu já sei o que isso significa faz muito tempo. Nós só não queremos voltar do jeito que éramos. Suas risadas me ficam na cabeça sem voz. Teu corpo frágil me vem na cabeça todas as noites pra me lembrar do que fica e do que ainda falta. Sem mais nem menos, eu volto ao violino pra me fazer lembrar de você e me deixar com mais vontade ainda... Eu sempre amei cachos.

Bruna Ferrari

terça-feira, 26 de julho de 2011

O que não se perde por entre a noite

De repente,
eu abri os olhos
e a gente só estava
assim.
Juntos.
Grudados.
Com a sua respiração
no meu ouvido
que me deixava
assim,
Sem ar.
E me fazia te querer
todos os dias
e de novo
e de novo,
porque eu já estava louca
por você
e morrendo de vontade
de sentir o seu cheiro,
tocar o seu o seu corpo.
do seu lado,
toda essa gente
que me fazia vontade
e não te deixava mais perto
e que me fazia
vontade
o tempo todo.
Só, assim
do outro lado,
eu morria de vontade
de te ouvir respirando
colado no meu corpo
na calada da noite.
Voltei pra cama
com a porção de adjetivos
usados por ela na cabeça
e o seu corpo
dentro deles.
Mas eu só morria de vontade
de te ouvir respirando
no seu ritmo,
na minha cama
e do meu do meu lado
pela primeira vez. 

Bruna Ferrari

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Pelas Avenidas Do Meu Quarto

Eu só me perdoarei algum dia se desistir tentando


Eu estive pensando esse tempo todo, como eu pude só te conhecer agora, porque não antes? Assim, há alguns meses atrás, quando eu não estava com tantas cicatrizes pelo corpo, com tanta coisa doendo dentro de mim. Seria mais divertido sem as cicatrizes, talvez eu pudesse ficar mais perto ou te trazer mais rápido pro meu lado, como se eu estivesse do outro lado da rua, de braços abertos esperando o seu abraço. Eu continuo aqui, olhando pro nada. Mordendo a própria boca. Pronta pra te dizer um milhão de palavras, mas louca pra poder não dizer nada e te olhar como se já fizesse sentido pra você. Eu ficar aqui, horas. E perder o sono.
Escrevia sempre que precisava, ouvia sempre que podia, e não abraçava como quando queria. Eu estive pensando mais em você, assim, de um jeito diferente. Talvez eu devesse parar de te escrever, talvez fosse mais fácil com outras coisas a mais pra fazer, com outras coisas na cabeça, com mais alguém pra dar dividir a minha atenção. Eu tive reconsiderando em mudar a minha vida. Em tirar as pessoas estragas e procurar me deixar certa por um instante. Tive dúvida quando me perguntaram se eu mudaria você, tive dúvida em te dizer se eu mesma mudaria. É que eu ainda olho a minha volta e meu quarto continua um lixo, não sei se tenho mais paciência pra olhar para os quadros tortos na parede, o porta-retratos caído do lado, como se alguma coisa tivesse acontecido. E era só eu. Contorcendo-me na cama e batendo nas coisas. Arranhando as paredes e rasgando fotos.  Porque eu não parava de te querer, eu não parava de te imaginar. A minha cama devia estar bagunçada por sua causa. A minha cama já devia estar com o seu cheiro. E você já devia estar preso nas minhas noites. Bem perto e me fazendo companhia. As suas roupas no meu armário e você prefere vestir a sua armadura, que não me engana e me deixa mais ansiosa. Me deixa mais com vontade. É, você nem sempre foi assim, mas nos últimos anos isso tem sido tão útil. Você deveria parar de pensar nisso. Ninguém vai conseguir te alcançar assim. Por isso, eu volto a considerar que talvez eu devesse mesmo parar de escrever. Talvez eu devesse mesmo parar de ser assim, pra começar a ser um pouco mais certa e muito menos sem sentido.
Enquanto você não gostar de mim, eu vou continuar do meu jeito. Eu vou gritar pelas avenidas o seu nome. Eu vou correr fazendo escândalo. Eu vou parar a cidade. Eu vou berrar pra você me ver. Eu vou arrancar as suas roupas e invadir o seu corpo, você já não vai precisar mais de roupas pra se proteger do frio. Enquanto eu estiver na sua vida, eu vou estar com você. Enquanto eu estiver com você, nada pode te machucar.




Bruna Ferrari

terça-feira, 21 de junho de 2011

Verdade da Mentira

Porque o mundo é uma verdade bem dita. Ainda que bem escrita, que ainda vaga e não toma o lugar nos corações partidos, nos beijos perdidos, em nada. O que se respira nada mais é que mentira. O que se compra nada mais é que de mentira. E vira e torna e volta. É um ciclo sem vida, que vive a mercê dos perdidos. Fazendo-os bandidos. E ainda assim pensa que é pequena, que é curta e que não tem problema. Mas a mentira só sente, destrói e corroí. Não há base que neutralize este Acido. Não há remédio que cure essa ferida. E não há dor que se sinta maior e mais bonita. O que a verdade pode dizer? Que não é bem vinda, que causa feridas. Transformando a dor da mentira, na mentira de ter uma dor. Na mentira de ter tido uma vida, ainda que não suportada. A verdade é a solidão, e a mentira, a companhia. Como escolher? Como suportar o peso? Como? Como?. A verdade nunca é dita porque sempre se acredita que é mentira. E a própria mentira não dita, é a verdade. É a verdade que se ve nos olhos, mas não acalma que vem de manhã e passa. E volta, e torna e não se esconde.  A mentira é sempre o nada que se torna tudo, que vem com o grande conhecimento do mundo sobre isto, que é amor. Que é vida. Mentira. E nada. Sempre volta, e um ciclo e não tem mais jeito. Uma vez que o veneno se espalha não há mais nada o que fazer. Nada pra acalmar. Não se pode esperar passar. Vem a vida e bate e joga fora. E mostra e faz e nada. E volta. Pra tomar conta e dizer um pouco sobre a verdade das mentiras, sobre o consolo da solidão e leveza de estar sozinha.


Bruna Ferrari

terça-feira, 14 de junho de 2011

Quase Dois

Éramos quase dois, e com ela três. Sempre se sentindo no direito de falar e que, na verdade, não tinha. E mesmo assim, nós deixávamos, porque ela sempre se sentia no direito de concertar as coisas. Se sentia no direito de concertar as coisas. Se sentia no direito de tomar espaço pra nos fazer sorrir. E fazia, porque sempre tinha espaço demais entre a gente. Éramos quase dois, e com ela três. Que a gente ficava sem jeito de perguntar mais fazia só abraçando demorado. Éramos quase dois, éramos três. Éramos os três mais que quadro. Saindo e se preocupando com o um que morava longe. Éramos os três mais que sonhos. Extravasávamos pela boca, sentíamos calafrios. Dois um pelo o outro e eu pelo quarto, pelo quinto e pelo sexto que pareciam ser sempre o primeiro. Mas éramos apenas quase três, com outros tantos restos perdidos. Ele pela penúltima, eu pelo ultimo e ela pelo primeiro. Sem jeito de entender, fazíamos perguntas de monte, sempre esperando a mão do outro. Que vinha e não demorava. Que era quente quando era frio. Mesmo quando eles não podiam se tocar e eu fazia. Como ela, eu também tomava mais espaço que devia. Assim, sentávamos no chão feito crianças que éramos. Quase sempre só sorriamos a toa, não precisávamos de piada alguma. Ele era quase criança quando estávamos todos juntos e nós quase adultas. Sem terminar o ensino médio, eu ainda continuava pensando nas provas testes quando eles já haviam vivido tudo isso. E mesmo assim, eu continuava me perdendo nos olhos dele e nos sorrisos dela. Éramos pra sempre quase dois.


Bruna Ferrari

quinta-feira, 9 de junho de 2011

História

Eu fiquei ali chorando, porque eu não sabia uma direção. Eu não tinha outra vez um caminho. Estava perdida. E você continuava ao meu lado esticando a mão e apalpando o chão me procurando. Até que o amanhecer caiu por cima de nós, e eu, que ainda continuava perdida, não consegui fazer mais nada. Não havendo outra escolha, porque você nunca foi de esperar o tempo passar, desistimos. Havia ainda espaço demais entre nós. Era mais um vez em que ficávamos longes, e aí, nós fizemos as malas, trocamos de cidade, procuramos pelos cantos algo do nosso amor que podia ter restado. Mas só havia espaço demais. Havia mais medo de estar sozinho do que medo do amor. E assim, de repente, muito mais que de repente, o que havia restado era muito mais. Mais abraços e mais sorrisos sinceros. Eram declarações de amor jogadas ao vento, expostas ao sol. E eramos outra vez um casal. Um do lado do outro. Sem mais pensar. Voce. Tentando outra vez apalpou o chão de novo procurando a minha mão.
Eu não desejei que o tempo parasse, eu não desejei que tivesse um futuro, mas eu te desejei pelos séculos dos séculos do meu lado. Pra sempre. Eu te abraçei pra não soltar nunca, mas o despertador do outro lado da minha cama me ensurdecia me lembrando da hora de acordar. Eram 5:30 da manhã. Era um sonho que não deixava de ser realidade, qualquer uma que fosse. Assim, eu nunca vou esquecer que a nossa história é sempre continua, ainda que com vírgulas, é feita de sonhos. Porque a nossa história é pra sempre nossa.

Bruna Ferrari