sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

O Que a Vida não Tinha para me Contar


"Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a luta toda
Brilha, porque alta vive"

Fernando Pessoa




             Infelizmente, eu me frustei com tudo. Os pensamentos saíram fora do controle, eu vomitava mais do que normal, chorava mais do que eu aguentava. E a vida era isso, eu tinha descoberto que a vida sempre foi isso; um intervalo entre sensações boas e ruins que não há pause, nem recomeço, nem inicio, nem meio, nem fim.
              A minha definição parece incerta, mas eu suponho que a vida também seja, e existir não tem tanto sentido para mim. O que é acordar de manhã sem uma rotina pela frente, ou seguir por um caminho inesperado? O que seria então começar um plano que não teria um objetivo? O que seria então continuar e levantar a cabeça se tudo era tão pesado dessa vez? Não seria, não era. É um tanto deprimente pensar assim, mas sejamos realistas: a realidade de cada um é diferente. O tempo passa. As velhas roupas já não servem mais e os mesmos lugares não tem mais a mesma graça de tantos outros anos.
              Superemos, porque é para isso que existimos. Superemos, pois, todas as frustrações que teremos na vida, até mesmo a frustração de viver. Passar por cima das dificuldades é, acima de tudo, um infinito de prazeres e emoções. Joguem-se na incerteza, arisquem, porque em algum momento, o que você não fez vai parecer certo fazer. Comam das piores comidas, mas também das melhores. Briguem, amem, fiquem bêbados, rezem. Vivam a sua vida na velocidade que lhe for necessária e não, não tenham medo de ter medo. Ter medo do futuro é o instinto de querer estar vivo.
              Nós sempre iremos lutar pela vida. Lute pela sua antes que seja tarde demais.

ps.: de uma vestibulanda (caindo de sono) nas reminiscencias da madrugada.

Bruna Ferrari