segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Madrugada

“So help me, please, I’ve got plans for you and me.”


     De repente eu me encontrava parada olhando, pensando, sentindo. Mesmo sem saber o que era, porque eu só sabia que gostava, e gostava TANTO do que eu estava sentindo e de você, muito mais do que as outras coisas. Eu já não sabia mais como te dizer, não havia palavras; aquela coisa não tem significado. Não existe o que se definir. Porque eu continuava ali, parada, com as mãos pelo meu corpo imaginando os seu toque, o gosto dos seus beijos, o seu cheiro, a sua pele e tudo aquilo mais que eu queria sem poder ter. Eu ainda não estava bem, eu já tinha sentido aquilo uma vez que me cortou no meio como nunca. De alguma forma que eu desconhecia você recolhia do chão os meus pedaços pra me fazer completa. Deixava-me encantada e pensando naquela outra coisa que eu te disse segredos, mas que não disse ao pé do ouvido porque eu não podia dizer daquele jeito. A noite entrava de supetão e me assustava, e me assustava mais ainda por aquilo que eu sentia e que me fazia passar horas pensando em você... Em você, em você, em você, em você. Assim imaginando situações, coisas, como se fosse segredo que eu te quero pra agarrar e nunca mais soltar. Como se fosse segredo que eu queria ir pra cama e te ter do meu lado, como se fosse segredo e você não soubesse daquela coisa enorme que eu estava sentindo. Como se fosse segredo e fizesse menos sentido, mas não foi por isso que me deixou. Isso nunca passou pela sua cabeça. Porque você me disse, com um esforço que só você precisa pra dizer as coisas, que me queria, e me queria pra muito mais que pra sempre. Na medida do infinito e como se fosse segredo que eu te quero, eu voltei pra cama calada pra pensar em você de novo. Pra chamar o seu nome no meio da noite, acordar gritando de saudades e dizer mais uma vez que você precisa estar mais perto, que você precisa estar mais junto. Mais junto e aqui do meu lado, pra fazer parar de doer aquilo que eu não entendia e que você sabia como lidar. Eu voltei pra cama, pra dizer coisas confusas, ler coisas monótonas só porque eu não parava de pensar em você e não sabia como te dizer que eu te queria. E queria tanto...


*Joice, as vezes eu escrevo mais descontrolada do que eu sei.


Bruna Ferrari

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Três e Um Outro Mundo

    Eramos três. Pouca gente pra ser um grupo, menos ainda para formar uma rodinha de amigos. Sempre cercados pelas diferenças alheias, sempre trancados pelos assuntos do outro resto do mundo que não conhecíamos, talvez sempre julgados pelo não-ser tão ser bonito daquela cidade. Logo, reparando de longe um no olhar do outro, contamos os nossos segredos, fizemos promessas de ano novo, nos abraçamos e nos beijamos. Nós ainda fizemos uma lista inteira de coisas a se fazer nas férias, mas sabíamos que nem metade dela iriamos, de fato, cumprir. E na cabeça sempre aqueles mesmos nomes de conhecidos que não podíamos esquecer, uma lista grande demais para se importar em olhar para os nossos olhares perdidos no meio da multidão e ao mesmo tempo se encontrando no brilho dos olhos do outro para dizer coisas incríveis sobre o futuro, sobre amor, sobre politica e sobre como esse mundo é tão errado. Para no final, sorrir no meio daquela confusão e sair xingando de nomes absurdamente inventados para parecerem carinhosos - e como de fato, eram a nossa maneira - com o resto do mundo ainda olhando, continuando sem entender, por que eles não sabiam como tentar fazer parte daquilo tudo. Assim, de repente, cobertos por outra nevoa que não a da solidão, para dar apoio e aceitar, nós paramos toda uma vida para entrar na amizade de se importar um com o outro. Em todas as partes da vida, a maior parte, nós estávamos nos entregando...


Bruna Ferrari

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Mudança

"Make it my fault, win the game
Point the finger, place the blame
It does me up and down
It doesn't matter now
'Cause I don't care"
(Mika)


  Eu mudei. De amigos, e quase de cidade. Eu parei, olhei por toda a minha volta e decidi parar outra vez de fazer aquilo. E parei. Mas, assim, quase que num piscar de olhos e de repente só por tua causa. Eu voltei a quatros lugares que eu já tinha ido, já não tinha gostado, e super desprezava, me lembrei que vida passaria rápido e o que me faria feliz poderia não mais estar lá. Como o resto dos meus amigos de infância que sobram me vendo crescer sofrendo numa angustia abominante no qual era o meu mundo. Só que eu nunca fiz questão que ninguém fizesse parte dele, e nunca desejei que ninguém quisesse fazer parte dele. Mas aí, eu mudo a vida de todo mundo. Eu aponto problemas, faço um escândalo, faço a mudança da vida para a felicidade repleta, então eu percebo: não adianta de nada se a felicidade que faço perceber não é a que esta em mim. Conseqüentemente, esta história não termina tão diferente das outras. Você agora concorda com me ignorar por ser o único maldito jeito de me esquecer, e agora entende porque sou tão cruel. Eu não ligo mais para o que não é meu, e assim, com você indo embora, sempre olhando para trás sem me notar chorando (por que eu não chorava). Eu faço uma ultima pergunta: acha mesmo que eu estou me importando em sentir a sua falta? Não. Eu sou madura o suficiente para aceitar o final das coisas e correr atrás de um novo inicio com uma nova pessoa.
  Eu só fico quieta e pela primeira vez sem dar um escândalo para alguém me querer, porque com você me querendo eu realmente não me importo mais. Então, vai. Continua dizendo para os teus amigos de 4 anos de idade cada um que eu não presto, e que foi você terminou comigo porque não agüentava mais. Vai, conta pra eles também todas as vezes que eu te avisei de como poderia ser difícil, e mesmo assim você aceitou e continuou. Vai, conta pra eles que você não tem mais o direito de reclamar de uma coisa que você já sabia como seria. Vai, conta pra eles também que dessa vez você estava enganada, e que dessa vez, não tem volta. Não importa o que eu diga, e não importa o que eu faça. Por que agora eu não me importo mais em fazer nada para você voltar. Dessa vez, eu não tenho culpa. Então é bom que você vá, e fique onde está, e não se esqueça de que metade do que te tornou forte e decidida foi por minha causa, foram as minhas palavras. Não se esqueça da experiência que teve para depois, quando já estiver com outra pessoa num novo relacionamento, se lembrar de ver as coisas como elas são agüentar o que deve agüentar e aceitar o que pode aceitar. Conta pros teus amigos como você se tornou tão mulher. Conta pra eles tudo o que eu te falei, e inventa mais coisas se você quiser. Seja Feliz, por que nem com a sua amizade eu me importo mais.

Bruna Ferrari