segunda-feira, 13 de maio de 2013

Incerto mais que Certo


Eu não estou mais triste do que os outros textos, eu não estou dando mais importância a este sentimento do que os outros, mas preciso reconhecer que essa pode ser a coisa mais bizarra que irei escrever pro resto da minha vida; como é engraçado perceber pode-se temer mais o que está por vir do que o que esta acontecendo. Eu acho que eu não deveria pensar nisso, eu tenho muitos meses e todo mundo que morre (assim como eu irei partir um dia) também pensou desse jeito, não só na minha idade.
Sinto que penso demais, sinto que sinto demais coisas que jamais serei capaz de aguentar. Deixei pedaços de mim perdidos por aí e quando me necessito tenho que voltar todo o caminho pra me recompor. É um tanto chato, triste, e sozinho. Nessas estradas a gente nunca tem companhia, e ao contrario do que eu pensava, acho que as pessoas sentem mais medo quando estão acompanhadas, comigo não seria diferente.
Um dia desses voltei para 2009, voltei a reler as cartas que eu não enviei, os textos que eu não postei, as musicas que eu não cantei... E era tanta coisa acumulada. Nem o tempo todo de vida na terra daria conta das coisas que eu deixei pra depois, e continuava deixando. Era hoje um compromisso inadiável que acabou ficando pra outra semana e eu sei lá por que. Por preguiça, por medo de dar certo. Eu sempre fui dessas de me auto sabotar, tudo começa a dar certo e voce se breca vendo o que está errado. Você começa a pensar que sim, que tudo pode dar certo, e você mesmo se diz que não pode pensar aquilo de maneira nenhuma, seria subestimar a obra do destino, mesmo sem saber que obra é essa.
Eu sinto falta, uma falta imensa no meu peito. Preciso acreditar em algo, ter uma fé (não uma religião), eu estou me tornando um ser humano perdido, e nem acreditar mais em mim eu consigo. Talvez isso seja, de fato, “o meu fim eminente”. Apavora, assusta, e não tem o que fazer. E aí escrevo, e aí fica tudo bem, e aí eu posso voltar pra cama, e aí eu posso continuar parar de pensar em bater em alguém (igual), e aí talvez eu pare de maltratar as pessoas, a vida volte a ser como antes e eu volte a ter uma alma. Daquelas que eu nunca tive.

Bruna Ferrari