“I cannot cry
Because I know that's
weakness in your eyes
I'm forced to fake a smile,
a laugh
Every day of my life”
Eu
preciso escrever.
Preciso que alguém,
descontroladamente, leia as minhas suplicas, olhe nos meus olhos e me diga o
que fazer pra sair disso. Sair, pra sempre, sair, sem rumo e pra qualquer
direção. Estamos nos afogando em muito mais que sentimentos, você sabe que pode
ser mais difícil do pensávamos. Os tempos são difíceis, os sentimentos são
confusos, e as pessoas não param de me pedir coisas das quais eu não posso
realizar. Eu preciso que você seja forte o suficiente por mim agora, porque eu
me sinto despedaçando e caindo... De algum lugar onde eu não tenha nada pra me
segurar. Eu preciso da sua mão de qualquer jeito, preciso que você me encontre
em qualquer lugar e me leve pra longe desse desespero. Nós não sabemos o que
fazer com as coisas que não temos, mas eu sinto que também não sabemos o que
fazer, nem o que dizer, nem onde tocar quando estamos perto um do outro.
Acho que eu andei errando demais com
todo mundo, e estou sendo cobrada e culpada por todos aqueles problemas que eu
não consegui resolver. Escrevendo isso, eu espero que entenda como uma carta de
desespero de alguém que já não sabe mais quem é. De alguém que se olha no
espelho e não consegue ver nada. Não consegue ver nem ao menos os erros
gramaticais nesse texto, não consegue ver esperança em qualquer coisa. Uma
carta, pra salvar, desesperadamente, alguém que já não tem mais jeito. Alguém
que errou tanto, e tanto, e tanto, e tantas vezes que nenhuma das punições
seria o suficiente pelo crime que cometeu. O crime de não conseguir ser o suficiente,
nem ao menos para si mesmo.
E ainda, depois de todo esse tempo,
e todo esse desespero, ninguém sabe o que fazer com as coisas que ficam no meio
do caminho, e eu acredito, que nem mesmo qualquer ser humano que leia esse
texto vai conseguir entender o que eu estou sentindo. É tão desesperador. E dá
tanto medo que não tem pra onde fugir, não dá pra pensar em outra coisa, não dá
nem pra colocar num potinho. O que é o um saco, porque colocar no potinho era a
única coisa que isso poderia servir, e mesmo assim não serve... Mesmo assim, eu
continuo não sendo o suficiente e perdida por aí. Eu continuo não sendo nada.
Bruna Ferrari