quinta-feira, 4 de abril de 2013

Especial e Sem Sentido, Exatamente Como é e Como Era Para Ser.


“É uma história triste. Talvez a história mais triste.”

Outro dia me peguei olhando para as estrelas. Para as pontas dos dedos, para mim, para você, para o seu cabelo, para o jeito como você sorria. Outro dia eu fiquei pensando que talvez nada mais fosse possível, que aquele momento seria único ainda que acontecesse mais uma vez. Como se você estivesse sempre por perto e nunca mais fosse me deixar, eu continuava do seu lado, num espaço de tempo descritível. Eu jamais seria capaz de entender a imensidade de um mundo tão pequeno. Pequeno, em termos de palavra e de verdade. Muitas vezes, eu chego a acreditar que a verdade que me contam na escola é exatamente aquela que eu não ouvir, talvez eu não queira mesmo saber de todas aquelas coisas e continuar parada aqui pensando em você. E eu pensava tanto que extravasava pela boca e por onde você pudesse imaginar. Como se o tempo fosse imenso – como se não houvesse tempo nenhum.
Acho que era isso, transbordava tanto e eu não sabia como lidar. Eu não sabia mais como acreditar, não sabia no que acreditar, não sabia o que fazer; correr sabe lá para onde, mudar de mundo, de lugar e não mudar nada porque eu tenho medo, eu assumo essa responsabilidade, mas eu não sei se é medo e na verdade, eu não sei o que é. Nem sei se é verdade. Eu não sei o que eu estou dizendo. Eu só fecho os olhos e falo tudo como se não tivesse como segurar. E aí acontece isso que todo mundo tá vendo, eu perco os sentidos. Sinto vontade de chorar e gritar ao mesmo tempo, mas ninguém me ouve, ninguém entende, e eu não consigo explicar essa vontade imensa que eu tenho de viver o “para sempre”. Para sempre, com você, com o mundo, com as coisas que eu gosto, com as coisas que eu quero para nunca mais pensar em deixar nada, nem ter que fazer escolhas sobre o que eu faço primeiro. Eu quero em mim todas as coisas que eu gosto naquele espaço de tempo que eu determinar. Todas as coisas que eu sei hoje são por pessoas que fazem parte disso, desse tempo, dessa rotina e desse fim (igual para todo mundo) e eu simplesmente não viveria nada que fosse especial o suficiente, ou que compensasse todas as coisas que por fim eu vou virar. Pó.

Bruna Ferrari