terça-feira, 24 de julho de 2012

Das Histórias que Eu não Precisei te Contar.


“O meu amor conhece cada gesto seu
Palavras que o seu olhar só diz pro meu
Se pra você a guerra está perdida
Olha que eu mudo os meus sonhos,
Pra ficar na sua vida!
(Ana Carolina)

Mesmo sem estar ao seu lado, eu pequei pensando nos olhos. Parecia estranho, mas não por você. Por mim. Era engraçada aquela história de alguns anos atrás você acreditar que era incapaz de amar alguém. Só era divertido pensar que eu superei que já passei dessa fase de achar que tudo é de verdade. Agora, tem um gosto peculiar ficar pensando em você por horas seguidas, fazer frases na cabeça – tão minhas – e não conseguir falar nada na sua frente. Eu não falava, porque eu gostava do seu jeito de me olhar. Aquele jeito que só a gente se olhava. Como se quisesse quiser alguma coisa, mas já havia dito tudo. Aquele jeito que parece que a vida nunca vai perder o encanto. Porque, às vezes, as pessoas ficam velhas e perdem a graça. Hoje, eu fiquei me perguntando o tempo todo se eu ficaria velha, perderia a graça e também te perderia. Mas, de alguma forma, eu te amo qualquer maneira. E gosto de pensar que a vida vai continuar sendo colorida, como se eu ainda ganhasse doce das pessoas e depois minha mãe brigasse por eu sujar a blusa de chocolate. Era difícil de acreditar, mas de fato, tinha passado e eu estava um pouco mais velha e não tinha perdido graça.
Parecia mais gostoso, parecia alguma coisa nova, parecia tão lindo como se alguém nunca tivesse me olhado. Como se eu nunca tivesse me machucado, como se eu nunca tivesse ouvido alguns elogios. Mas era tão gostoso, e tão lindo que eu não conseguia parar de querer sorrir. Na sua frente, na frente da minha família, na frente da sua. Pra mostrar que eu estava mais feliz do que costume, porque ainda não tinha me acostumado com o seu jeito de me olhar e não dizer nada. Eu sempre esperei que as pessoas me dissessem alguma coisa que mudasse a minha vida. Então veio você, e mudou a vida, e me olhou e não disse nada. Só era simplesmente incrível. Eu voltei pra casa, contei as estrelas durante o caminho. Porque a estrada era escura, era enorme e eu não tinha mais medo. De dormir sozinha, da noite, de você não estar mais pensando em mim.
Eu cresci de todos os jeitos, e o melhor jeito é aquele de quando eu estou com você.
Bruna Ferrari

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Supernova

"de algum jeito,
eu esqueci
de ler as estrelas,
desaprendi
e não podia dormir,
sem saber se ao longe,
piscando,
nós éramos um satélite desgarrado,
um planeta anão,
algum astro atrasado
queimando por conta própria
pra se fazer noite,
de dentro pro fora inteiro
e não brilhar mais
no meu céu.
Supernova de saudade."