quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Três e Um Outro Mundo

    Eramos três. Pouca gente pra ser um grupo, menos ainda para formar uma rodinha de amigos. Sempre cercados pelas diferenças alheias, sempre trancados pelos assuntos do outro resto do mundo que não conhecíamos, talvez sempre julgados pelo não-ser tão ser bonito daquela cidade. Logo, reparando de longe um no olhar do outro, contamos os nossos segredos, fizemos promessas de ano novo, nos abraçamos e nos beijamos. Nós ainda fizemos uma lista inteira de coisas a se fazer nas férias, mas sabíamos que nem metade dela iriamos, de fato, cumprir. E na cabeça sempre aqueles mesmos nomes de conhecidos que não podíamos esquecer, uma lista grande demais para se importar em olhar para os nossos olhares perdidos no meio da multidão e ao mesmo tempo se encontrando no brilho dos olhos do outro para dizer coisas incríveis sobre o futuro, sobre amor, sobre politica e sobre como esse mundo é tão errado. Para no final, sorrir no meio daquela confusão e sair xingando de nomes absurdamente inventados para parecerem carinhosos - e como de fato, eram a nossa maneira - com o resto do mundo ainda olhando, continuando sem entender, por que eles não sabiam como tentar fazer parte daquilo tudo. Assim, de repente, cobertos por outra nevoa que não a da solidão, para dar apoio e aceitar, nós paramos toda uma vida para entrar na amizade de se importar um com o outro. Em todas as partes da vida, a maior parte, nós estávamos nos entregando...


Bruna Ferrari

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