domingo, 7 de agosto de 2011

Monstro


De novo
e outra vez,
eu vagava
procurando um canto
com sombra
num dia de sol
que não te tinha
e que você não via.
Perto demais
pra você reparar,
longe demais
pra você ir buscar
um lugar na sombra
do meu lado
e fazer parar de doer
as coisas que nós
já não tínhamos.
Uma sombra
pra fazer desaparecer
um vazio inteiro
e o monstro que,
de dia,
você era.
Castanho.
Cachos.
Magro.
O monstro,
que eu não tinha
e que deixava de lado
toda uma vida
pelo seu próprio sorriso.
Só voltou pro sol
procurando abrigo
e um corpo a mais
pra se esquentar
no meio de toda
aquela gente,
Impossível de sentir.
Impossível de se tocar.
Pra sentir alguma coisa
que fosse
até não morrer de medo
de precisar procurar
um novo lugar
com uma sombra nova
e um rosto novo,
outra vez.

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