quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Do outro lado de não-sei-onde

Olhando assim
e sem mesmo falar nada,
você me ouvia do outro lado.
Esperando e querendo
tanta coisa,
que já queria e esperava
pra ser feliz.
Ali,
do outro lado da rua,
do outro lado da cidade,
do outro lado do mundo.
A gente não se ouvia
e não se beijava.
Só se olhava morrendo de medo
sem medo nenhum
de ser de verdade.
Desejos demais.
Pesadelos demais
pra ficar ali e esperar
do outro lado da rua,
do outro lado da cidade,
do outro lado do mundo.
Espaço demais entre nós.
Musicas demais pra lembrar.
Coragem de menos pra ter.
O garoto que eu deixava
do outro lado da rua,
do outro lado da cidade
do outro lado do mundo
e morrendo de vontade
de se encontrar 
nos meus suspiros
e se perder
nos meus pedidos.
Ele já queria.
Ficava assim aparente,
nos seus olhos tão castanhos
que eu me perdia fácil,
a vontade louca de sair correndo
pra afastar todo aquele espaço,
pra parar de perder
todo aquele tempo
e ficar sem ar por aí
afogada nos seus beijos,
perdida por entre seus abraços.

Bruna Ferrari

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