quinta-feira, 3 de maio de 2012

Três Anos de Realidade


           A única coisa que eu tinha certeza era que eu gostava dela pelo o que ela era. Até mesmo os defeitos, o que fazia o meu amor ser maior do que os demais namorados que ela poderia ter, ou que já teve. Não, eu não sou ninguém especial o suficiente pra dizer que estar comigo vai fazer alguma diferença, porque não vai. Foi a ser realista que eu aprendi durante todo o nosso tempo juntos. Nós discutimos de monte, e não posso dizer que era de todo ruim. Era necessário, é tudo o que posso dizer. Isso me mantinha um pouco mais ligada em nós, de fato, a sensação de não estar namorando uma parede – desta vez – me agradava mais do que pensar nos problemas que poderiam surgir depois de uma não tão agradável discussão. Ela era orgulhosa ao extremo, mesmo quando eu estava certa, esperava as minhas ligações pedindo desculpas e depois das minhas se redimia com as suas e milhares de perdoes sinceros. Eu sentia orgasmos múltiplos, e me jogava num prazer novo que me enchia o peito de outra coisa. Talvez porque fosse diferente dessa vez, era mais que amor. Um amor que o mundo ainda estava por conhecer, mas que vinha crescendo... Ela não me ligava, era racional e realista, às vezes, um pouco cruel. Mas ela não me ligava pra me fazer me sentir melhor, e não ligaria. Agora eu vejo, e agradeço pelas noites que passei na angustia desesperada de saber se estaria bem ou não, porque sinto que me fiz, mas independente nas coisas que realmente quero. Muito mais seletiva. E essa sensação, é melhor do sentir todo o universo de lindas emoções alheias pelo corpo, é melhor até mesmo, do que estar amando.


Bruna Ferrari

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