“Since I was born
”
”
Eu
não sei se foi medo de dar mais alguns passos adiante e confirmar que sim, era
isso. Sempre foi e sempre tinha sido desde aquela tarde em que a gente se
enturmou. Ou se era medo de parecer ridícula demais, sentir demais, gostar
demais, porque, sabe... Isso sempre foi um problema muito grande em mim que as
pessoas insistiam em notar.
Dessa
vez, eu não sabia de fato o que era. Talvez porque não era nada, ou talvez só fosse
isso de tentar sustentar tudo. Ou talvez só fossem as coisas que eram difíceis
de lidar. E sempre tinha algo assim, existia sempre uma pedra no caminho que me
incomodava bastante. Incomodo que não era aquele de segurar as mãos dentro do
bolso, morrendo de vontade de pegar nas suas, mas esperar que você desse o
primeiro passo. Incomodo que não era aquele de quando você não olhava nos meus
olhos, e qualquer outra coisa te tirava atenção. Eu não sei o que era, nem o
que seria, nem o que podia ser. Eu insistia em ver nenhum erro naquilo. Nossos
dias não eram Rock ‘n Roll, não eram daqueles que a gente saia pra um monte
lugar aonde só os bacanas iam. Nossos melhores dias eram tardes andando por aí
e desperdiçadas ao pé de uma arvore – que sabia mais os seus segredos do que
eu.
Mesmo
assim, eu sabia que o beijo de despedida chegava, e eu ia ter que lidar com
pensar em você no meio desse caos todo que é a minha vida – uma delicia. No
meio dessa gente estranha que me achava estranha por deixar todo mundo meio
mais sozinho pra ir falar dois segundos com você. Sim, eu sou tudo isso.
Inteira. E eu não sei ser diferente, tenho um monte de pedaços pra desperdiçar.
Agora, você pode desperdiçar a parte de eu não ter coragem pra fazer nada, pode
pensar de novo e reconsiderar se deveria estar aqui, porque eu te meti nesse
nó. Aquele nó do seu pescoço que eu não sabia fazer e morria de inveja, porque
eu morri tentando. Fazer esse nó e desfazer os outros que tinham na minha vida.
Ele estava lá, no seu pescoço. Era quase impossível de não olhar. Eu preferia
que o meu tempo livre fosse gasto assim se não houvesse outra forma, porque
toda a vez que você ia embora, eu também morria de vontade de te pedir pra
ficar.
Bruna
Ferrari
Nenhum comentário:
Postar um comentário