terça-feira, 19 de março de 2013

Qualquer Lugar Longe


“Cabe o meu amor,
cabem três vidas inteiras,
cabe uma penteadeira,
cabe nos dois,
cabe até o meu amor”
(A Banda Mais Bonita da Cidade)

Quando eu achava que eu não conseguiria sentir mais nada, eu me peguei pensando em você a noite toda. Quando eu achava que a vida não faria tanto sentido depois da minha quase ultima chance, eu me peguei chorando no teu colo e implorando pra você não ir embora. Ficar aqui, mais perto. Muito mais do que seu corpo grudado no meu, numa dimensão absurda que nem você poderia imaginar como é. E assim, toda descontrolada, eu me pego com as costas doendo de ficar lendo na cama enquanto espero você chegar em casa. Eu me pego de vez em sempre contando as horas pra chegar outro dia. Do outro lado da cidade, e em outra divisão, você morava sem carinho nenhum e no fundo do meu coração, tudo o que eu mais queria era largar a minha vida pra viver do seu lado.
Eu simplesmente não te disse isso por orgulho, como também não te disse milhares de outras coisas pra tentar me entender melhor. Acho que não deixar me sentir tão fraca aponto de mudar as minhas decisões, porque em todo o tempo da minha vida – ainda que não considere muito – eu nunca tinha pensado em reivindicar as coisas que quero por alguém. Agora, penso, repenso, leio, releio. Milhões de paginas rasgadas, e três pensamentos pra te levar pra cama, pra te levar embora, pra te levar pra bem longe do interior, onde pudéssemos continuar com essa de ficar um com o outro o dia todo, querer não precisar olhar pros lados pra dar um abraço e seguir a estrada de alguma forma. Qualquer lugar pra longe.

Bruna Ferrari

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