terça-feira, 12 de junho de 2012

Inquieto-mundo Sujismundo


“Quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
(Carlos Drummond de Andrade)

Era um mundo sem flores, sem amores. Era um mundo sem cor. Era um mundo sujismundo, sem vida, sem primaveras. Era um mundo sem sentido, aquele em que eu vivia há quatro meses. Naquele mundo que eu não entendia e de repente deixei para trás, num pedaço qualquer de lugar quando eu encontrei você, e o meu mundo passou a ser diferente; outro. O meu mundo foi mais mundo, foi mais meu e seu. Agora, só fazia sentido todas aquelas profecias que me diziam quando eu chorava por ser tão sozinha e não entender o que a solidão me fazia. Agora, era o meu mundo reconstruindo os pedados nos seus olhares, deixando marcas pelo seu ombro porque o meu mundo e eu não sabíamos mais nos controlar.
Eu deixava de lado alguns outros poemas, parava de ler poesias pra me afogar no travesseiro e ter uma noite. E ter, finalmente, uma noite; já que faziam tantas noites que eu não parava de ver o amanhecer no céu e contar as horas para outra noite chegar de pressa. Tantos dias, e eu me senti perdida. Perdida no meu mundo, sem primavera, sem flores, sem amores. E então você veio, e o meu mundo inquieto passou a ser outro. Uma guerra de beijos e abraços, duas mordidas no seu pescoço e tantas outras no seu braço que agora é o que me fazem ficar acordada por mais algumas horas. Eu desejo não mais as noites, nem manhãs; eu desejo mais algumas tardes eternas, dobrar a duração das horas do seu lado e poder te dar toda a minha coleção de amores para você não me deixar no meio do caminho ou aonde quer que seja.


Bruna Ferrari

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